Carlos Albarran
– Queres vir connosco ao Pico da Nevosa? – pergunta-te o Pedro.
– O quê! Eu? – perguntas tu, com admiração.
– Sim, tu, tu que estás aí a ler. Podes acompanhar-nos! Imagina que vens connosco e participas nas nossas aventuras, é fácil. Certamente que irás gostar. – responde-te o Pedro.
– Vamos a um dos pontos mais altos de Portugal, o Pico da Nevosa (1548 m), os outros são: o Pico Ruivo (1861 m), na Madeira, a Torre, na Serra da Estrela (1993 m) e a Montanha do Pico, nos Açores (2351 m) . – informa o pai.
– Sabias que a Montanha do Pico, nos Açores é que é o ponto mais alto de Portugal? – pergunta-te o pai do Pedro.
– Vamos já, para lá chegarmos antes do almoço, pois que as estradas no Parque Nacional da Peneda-Gerês são muito sinuosas, cheias de curvas e contracurvas, com subidas e descidas acentuadas. Além disso, faremos várias paragens para apreciar as maravilhosas paisagens. – diz a mãe.
– Exato. Vimos no mapa que só podemos ir de carro até certo ponto; depois, temos que seguir a pé por um dos trilhos da serra. – acrescenta o pai.
– Sim, seguimos pela estrada que ladeia o Rio Gerês, o rio que atravessa o parque de campismo do Vidoeiro, onde estamos acampados. Aqui está uma vista aéria do percurso:
Depois espreitamos o Miradouro da Preguiça, passamos pela Cascata da Laja, pela Cascata do Leonte, pela Mata de Albergaria e seguimos até à Cascata de São Miguel (também conhecida como Cascata do Rio Homem). – diz o Pedro, que tinha estado muito atento a estudar o mapa com o pai e a pesquisar com o auxílio da IA (inteligência artificial).
– Vamos ao miradouro em frente à Cascata de São Miguel, que oferece uma vista deslumbrante das pequenas lagoas. Mas não vamos tomar banho aí, pois não, que a água deve ser tão gelada como a deste laguito do parque de campismo? – pergunta a Joana, a irmã do Pedro.
– Não – diz a mãe – Vamos dar um salto até Espanha e mergulhar nas águas quentes das Termas de Os
Baños, em Lobios, na Galiza, que fica apenas a 9 Km da fronteira Portugal/Espanha
e é boa para a saúde da pele e dos ossos. A piscina termal fica ao lado do rio Caldo, que possui zonas de temperaturas
quentes e frias. Também podemos experimentar tomar banho no rio e fazer um piquenique na praia fluvial.
Olha esta imagem que encontrei:
– Miauuu – mia a gata Fifi, já a pensar na bela refeição.
– Ah! Também queres ir tomar um banho? – pergunta-lhe o maroto do Pedro.
– Miauauau, não, não gosto de tomar banho – responde telepaticamente a Fifi.
O Pedro, que também é um pouco telepata, compreende bem aquele miado.
– Sim, vamos aos Baños nadar naquela água quentinha, almoçar e depois retornamos a Portugal, mas antes
podemos ver o Miradoro e o Corgo Da Fecha do Carballón e as ruínas do Miliário Romano da Ponte Nova.
Estacionamos o carro no Parque de Estacionamento da Portela do Homem, junto à fronteira. Depois seguimos a pé, pelo trilho
que ladeia o Rio Homem, e então é que vamos ver a Cascata de São Miguel, continuamos por esse caminho que
vai dar às Minas dos Carris, onde há um lago contido pela barragem. Entre as Minas dos Carris e o Pico
da Nevosa o trilho afasta-se um pouco das mariolas (pequenas marcações). Retomamos o trilho perto dos marcos da fronteira Portugal/Espanha.
Estamos prontos para essa caminhada? São cerca de 12 Km para lá e outros 12 Km para a volta, por terreno de montanha. – esclarece o pai.
– Sim, sim, estou pronto. – responde imediatamente o Pedro, todo entusiasmado.
– Também estou pronta. – diz a Joana.
– Vamos a isso, mas temos que nos preparar bem, levar chapéu e protetor solar, que o Sol de Julho é muito forte, água, roupa confortável e calçado apropriado. – diz a mãe.
– Pronto, este é o nosso roteiro, já sabes o que pretendemos fazer, vens connosco?
– Estás a falar comigo? Quem és tu, que não estou a reconhecer a tua voz?
– Eu sou o Carlos, o escritor, e estou agora mesmo a escrever este livro interativo, para que o possas ler, fazer as tuas escolhas e aprender algo com isso.
– Decide-te, vens connosco ou não? Se vieres, certamente que te divertirás bastante e descobrirás alguns dos
segredos e recantos do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Se decidires ficar, tudo bem, tornaremos a encontrar-nos quando voltarmos da viagem.
– Puseram o cinto? – pergunta o pai.
– Segura bem a Fifi. – diz a mãe.
– Vou parar ali, para irmos ao Miradouro da Preguiça. – diz o pai.
– Uau! Que vista. – exclama a Joana.
– É, a Serra do Gerês tem paisagens espetaculares. – acrescenta a mãe.
– A seguir vamos ver a Cascata da Lapa, não é pai? – pergunta o Pedro.
– Não, porque não dá para estacionar o carro, passamos ao pé dela, mas acho que não vamos conseguir vê-la. Mas tenho aqui esta foto. – responde o pai.
– Olha ali a Cascata do Leonte? – exclama a Joana.
– Vou parar ali na berma, para vermos melhor. – diz o pai.
– Já a apanhei! – diz o Pedro, tirando uma foto com o telemóvel.
– Vamos parar aqui para dar um passeio na Mata da Albergaria. – diz o pai.
– A Mata da Albergaria é um dos mais importantes bosques do Parque Nacional da PenedaGerês, é um bosque encantando, com os imensos carvalhos galaico-portugueses, árvores com mais de 500 anos, cascatas, lagoas e caminhos romanos. É um local de imensa biodiversidade, com javalis, lobos, veados, raposas, esquilos e coelhos. Também é um importante habitat para as aves, tais como, corvos, melros, pica-paus e estorninhos. – informa a mãe.
– Este bosque é mesmo bonito. – realça a Joana.
– E aquelas cascatas e lagoas, apetece mesmo tomar banho, é pena que a água seja tão fria. – acrescenta o Pedro.
– Não fiques triste, que não tarda nada estamos a tomar um banho quentinho nas Termas de Os Baños. – informa o pai.
– Anda Fifi, entra para o carro. – ordena o Pedro.
– Ainda falta muito? – pergunta a Joana.
– Não, estamos quase a chegar à fronteira da Portela do Homem. – responde a mãe.
– É ali a Cascata de S. Miguel? – aponta o Pedro, ao passarem na ponte sobre o Rio Homem.
– Sim, mas primeiro vamos a Espanha, tomar um banho quente e almoçar, depois é que voltamos para ver a cascata e continuar pelo trilho até ao Pico da Nevosa. – informa o pai, que entretanto tinha parado o carro para tirar uma fotografia.
– Mas já é um pouco tarde, talvez seja melhor irmos já para a cascata, tomar lá banho e almoçar, a água não deve estar muito fria, senão não estava tanta gente a tomar lá banho. –entrepela a mãe.
– O que acham, banho quente, ou frio? – pergunta o pai.
– Olha, decide tu!
– Eu, mas eles é que estão a viajar.
– E então, não estás a viajar com eles, em imaginação?
– Sim, estou.
– Então decide!
– Sendo assim, se sou eu quem decide, vamos a Espanha tomar um banhinho quente!
– Vamos entrar em Espanha. – informa o pai.
– Ali é que é a fronteira? Não tem guardas? – pergunta a Joana.
– Sim, é ali. Não, já não tem guardas.
Estamos na União Europeia, onde foram abolidos os controlos de passaporte, por isso podemos circular entre os seus vários
países. Portugal e Espanha fazem parte da União Europeia, que, desde 31 de janeiro de
2020, é composta por 27 Estados-membros:
Alemanha (Deutschland), Áustria (Österreich), Bélgica (België / Belgique / Belgien), Bulgária (България), Chéquia (Česká republika),
Chipre (Κύπρος), Croácia (Hrvatska), Dinamarca (Danmark), Eslováquia (Slovensko), Eslovênia (Slovenija), Espanha (España), Estônia (Eesti),
Finlândia (Suomi / Finland), França (France), Grécia (Ελλάδα), Hungria (Magyarország), Irlanda (Éire), Itália (Italia), Letônia (Latvija),
Lituânia (Lietuva), Luxemburgo (Luxembourg), Malta (Malta), Países Baixos (Nederland), Polônia (Polska), Portugal, Romênia (România) e
Suécia (Sverige).
Atualmente, 20 países da União Europeia utilizam o euro (€) como moeda oficial.
A última revisão significativa aos princípios constitucionais da UE, foi o Tratado de Lisboa, que entrou em vigor em 2009.
Bruxelas é a capital da União Europeia.
Se quiseres saber mais sobre a UE, pesquisa na internet. – informa a mãe.
– Eu costumo pesquisar muita coisa na internet, quando tenho alguma dúvida ou quero saber algo. Sabias que quando queres saber o significado dalguma palavra, se escreveres, por exemplo: replica significado, surgem-te logo alguns resultados. – replica o pedro.
– Aquilo é que é o Miliário Romano? – pergunta o Pedro..
– É sim. O Miliário Romano da Ponte Nova é um marco miliário que remonta à época romana. Esses marcos eram colocados ao longo das vias romanas para indicar as milhas entre eles. Cada milha correspondia a cerca de 1480 metros. – informa a mãe.
– Vou parar ali na berma, para vermos melhor. – diz o pai.
– Já está! – diz o Pedro, tirando uma foto com o telemóvel.
–Vamos Pedro, entra, temos que seguir. – ordena o mãe.
– Olhem para ali! Estão a ver o Corgo Da Fecha do Carballón? – pergunta o pai, parando o carro no miradouro.
– Uau! Que grande cascata. – exclama a Joana.
– Já tirei uma foto. – acrescenta a mãe.
– Há alguma cascata no Gerês maior que esta? – pergunta o Pedro.
– Bem, a Serra do Gerês estende-se para Espanha, os espanhóis chamam-lhe Xurés, creio que esta é a maior
de todas. – responde a mãe.
– Vá, entrem no carro, que não nos podemos demorar. – apela o pai.
– Fifi, está quieta, que o carro já vai andar! – ordena a Joana.
– Chegámos a Lobios – diz o pai.
– Onde são os Baños? – pergunta a Joana.
– As termas ficam ao lado do rio Caldo, é já ali adiante. – responde o pai.
– Chegámos, vou estacionar o carro junto às termas. – diz o Pai.
– Ajudem aqui a levar as coisas. – apela a mãe.
– Vamos instalar-nos ali na relva e já vamos ao banho. – diz o pai.
– A água está mesmo quentinha. – refere o Pedro.
– Não me salpiques! –refila a Joana.
– Portem-se bem! – manda a mãe.
– Ela é que começou. – protesta o Pedro.
– Vá, já chega de banho, vamos almoçar. – ordena a mãe
– Esta comida vegetariana está mesmo boa! – comenta o pai.
– Sim, também se conseguem fazer refeições vegetarianas saborosas, saem mais económicas e há muitas receitas online. Além disso a alimentação vegetariana é mais saudável. – refere a mãe.
– Pois, e assim não colaboramos na matança dos animais, coitados devem sofrer bastante. – acrescenta o Pedro.
– Bem, os peixes não devem sofrer tanto, pois comem-se uns aos outros. – opina o pai.
– Sim, e deslocam-se em cardume, movendo-se todos na mesma direção e ao mesmo tempo, a sua mente ainda é grupal, não têm tanta individuação como os mamíferos, por isso não devem sentir tanto como eles. – acrescenta a mãe.
– As aves que voam em bandos também devem ser pouco individuadas, sem mente própria, não é? – pergunta o Pedro.
– Sim, as que voam em bando, mas as outras já têm alguma individuação mental. – responde a mãe.
– Vamos andando que ainda temos que ir à Cascata de S. Miguel e ao Pico da Nevosa. – apela o pai.
– Vou estacionar o carro no Parque de Estacionamento da Portela do Homem, junto à fronteira. Depois temos que seguir a pé. – diz o pai.
– Vamos levar as mochilas, ainda têm água suficiente? O melhor é irmos ali ao bar comprar mais umas garrafas. – sugere a mãe.
– Já estão todos bem equipados? Então vamos lá! Segura bem a Fifi, enquanto estivermos na estrada, para não ser atropelada. – diz a mãe.
– Caminhem pela berma esquerda, para verem os carros que vêm de frente e poderem-se desviar. – ordena o pai.
– Olhem, aqui, em cima da ponte sobre o Rio Homem, já se consegue ver a cascata lá ao fundo. – exclama a Joana.
– Vamos entrar no trilho, como veem, está cheio de pedras, tenham atenção aonde pisam. – avisa a mãe.
– Fifi, não te afastes! – ordena a Joana.
– Olha ali a Cascata, vamos lá abaixo? – pergunta o Pedro.
– Vamos, mas não nos podemos demorar, são cerca de 12 Km até ao Pico da Nevosa. – diz o pai.
– Pedro, estás a molhar os calções, e a Fifi está a molhar o rabo!. – exclama a Joana.
– Que lindo! Com os calções molhados! O que vale é que trouxeste outros, vai já vesti-los. – ordena a mãe.
–Fifi anda cá, que eu seco-te o rabo. – chama a Joana.
– Ainda falta muito? Já estou cansada. – pergunta a Joana.
– Estamos quase a chegar às ruinas das Minas dos Carris, mais adiante podemos ver o lago contido pela barragem. – informa o pai.
– O que é que extraiam das minas? – pergunta o Pedro.
– Extraiam volfrâmio. Foi um mineral muito procurado, em particular durante a Segunda Guerra Mundial, com milhares de toneladas a seguirem de Portugal para a Alemanha. – informa o pai.
– Aqui está o lago, e já se vê o Pico da Nevosa ao fundo. – aponta a mãe.
– A água é boa para beber? É que a Fifi está a bebe-la! – exclama a Joana.
–Deve ser boa, aqui não há poluição, mas não tenho a certeza. Porém, os animais, como têm bom olfato, devem saber. –responde o pai.
– Olha, o Pico!Vou subir lá acima! –Exclama o Pedro, todo entusiasmado.
– Mas tem cuidado. – avisa a mãe.
– Vens comigo Fifi! –exclama o Pedro.
– Vitória! –grita o Pedro, extasiado de contente.
– Custou, mas conseguimos! Mas agora temos que regressar antes que fique noite. – diz a mãe.
– Olha aqueles também têm uma gata branca! – aponta a Joana, certificando-se de que a Fifi está ao pé dela.
– Onde é que estavam, que não os vimos? – pergunta o Pedro.
– Devem ter-se demorado a subir, e como já está quase a ficar noite, resolveram voltar para trás. – responde o pai.
– Temos que nos apressar! O que vale é que agora é a descer. – acrescenta a mãe.
– Boa tarde. – dizem todos, ao ultrapassar os outros caminhantes.
– Ali está a cascata da Portela do Homem, já falta pouco para chegarmos ao carro. – comenta o pai.
– Hoje vamos jantar na Vila do Gerês, estou demasiado cansada par preparar o jantar. – diz a mãe.
– Amanhã quero ir ao SPA das termas do Gerês (SPA vem do latim "Sanus Per Aquam", ou seja, Saúde Pela Água), para recuperar da caminhada. – suspira a mãe.
– É pena não servirem comida vegetariana, mas a truta estava saborosa. A truta, o lúcio e barbo, são peixes de água doce, que se podem pescar nos rios e lagos do Gerês, embora com restrições, para preservar as espécies. O ruivaco e o boga estão em perigo de extinção. – refere o pai.
– Olha, está ali uma gata, ou gato, deve ser gato, atraído pela Fifi. Se calhar é o mesmo que encontrámos quando descemos do Pico da Nevosa. – diz a Joana, apontando para o animal em cima do grelhador.
– Olá! Cá estamos de novo no parque de campismo do Vidoeiro na Serra do Gerês prontos para mais uma etapa. – Queres acompanhar-nos?
– Sim, vou convosco. Preciso levar alguma coisa?
– Basta trazeres boa-disposição e fertíl imaginação.
– Ainda é cedo para nos deitarmos, vou ali ao cimo daquele monte ver o por-do-sol. – informa o Pedro, pondo-se logo a andar, sem esperar pela aprovação dos pais. – Anda Fifi! – chama o Pedro.
– Espera aí Fifi, vai mais devagar, que ainda estou cansado da viagem. – apela o Pedro.
– Miauu. os rapazes cansam-se depressa. – responde a Fifi.
– Fifi, olha uma estrela cadente. – aponta o Pedro.
– Olha, caiu ali. Vamos lá! – aponta o Pedro.
– Que grande buraco que aquela estrela fez! Mas parece uma pedra! – pensa a Fifi.
– É uma cratera, e aquilo não é uma estrela, nem uma pedra, é um meteorito, e é grande. – corrige o Pedro, constatando que está a perceber o que a gata pensa.
– Miauuu! Não lhe toques que está muito quente. – mia a sensível Fifi.
– Sim, sou um meteorito, e vim de muito longe. – o Pedro e a Fifi ficam espantados, como é que aquela ‘esfera’ mineral consegue ‘falar’ dentro das suas cabeças.
– Quem és tu, donde vieste? – perguntam, simultânea e mentalmente, o Pedro e a Fifi.
– Sou um meteorito e vim de um outro sistema estrelar desta mesma galáxia, em espiral, a Via Láctea, onde o vosso sistema solar está inserido. A nossa estrela é cerca de 2 vezes maior que o vosso Sol (o diâmetro médio do Sol é de 1.392.000 km). O meu planeta, que é cerca de 3 vezes maior que o vosso (a Terra tem um diâmetro equatorial de 12.756 km), sofreu um grave acidente. Um grande asteroide (corpo celeste rochoso), com um quarto do tamanho da vossa Lua (a Lua tem um diâmetro equatorial de 3.475 km) embateu no nosso planeta e fez com que eu, e mais alguns fragmentos nos soltássemos e fossemos projetados a grandes distâncias. Foi assim que aqui vim parar. – comunica telepaticamente o meteorito.
– Ó! Estou a repetir o que o outro meteorito, que também foi projetado do nosso planeta, e que caiu na Serra da Estrela, disse ao Bernardo e à Miau, o Bernardo é um menino de 8 anos e a Miau é uma gatinha branca, muito parecida com a Fifi, forem eles que o encontraram. Está visto que estamos ligados telepaticamente à nossa mente grupal, por isso estamos a dizer o mesmo. – exclama o meteorito, admirado por dois meteoritos, projetados do seu planeta, terem caido na Terra, pois que as probalidades dum acontecimento destes são muito raras.
– Como é que te conseguimos ouvir dentro das nossas cabeças? – pergunta o Pedro.
– Pedro, estás a perguntar o mesmo que o Bernardo perguntou ao outro meteorito. Devem estar em sintonia, ligados à vossa mente comum. Provavelmente vamos repetir as conversas que eles tiveram. – acentua o meteorito.
– O meu planeta é bastante mais evoluído que o vosso. Lá todos os seres, minerais, vegetais, animais, ‘humanos’ e ‘budas’ comunicam por telepatia. As nossas capacidades telepáticas são muito avançadas, em comparação com as que alguns dos vossos seres conseguem. Para nós comunicar com palavras é muito lento, nós transmitimos, telepaticamente, ideias sintéticas, bastante claras, que podem incluir sentimentos, imagens (filmes), sons e diversos tipos de energias. Claro que os minerais, que é o meu caso, têm menos capacidades que os outros, mas mesmo assim conseguimos superar os mais avançados dos vossos telepatas. – informa o meteorito.
– Há! É por isso que eu também perceciono algumas imagens, embora um bocado abstratas e pouco definidas, quando tu comunicas connosco. – alude o Pedro.
– São pouco definidas porque ainda não tens as capacidades telepáticas necessárias à sua completa perceção e compreensão. – esclarece o meteorito.
– Quero ir para o teu planeta, quero comunicar com todos os animais e quero que os humanos me entendam. Posso ir? – pede a Fifi.
– Não, não podes, para chegares ao meu planeta precisarias de ir numa nave espacial como as nossas e não há nenhuma aqui na terra, a não ser as dos extraterrestres que visitam o vosso planeta, mas duvido que eles te levem. Além disso no meu planeta, agora, todos estão ocupados a minimizar os efeitos da catástrofe e a evitar que haja mais sofrimento. Por isso, não é o momento de alguém ir visitar ou viver para o nosso planeta. – esclarece telepaticamente o meteorito.
– O que é que foi aquele clarão que vimos no céu? Foste tu? –pergunta o Pedro.
– Sim, como vim com imensa velocidade, quando me aproximei do vosso planeta o atrito e a fricção com
a atmosfera terrestre (o revestimento de gases que envolve o planeta) provocaram um grande aquecimento e fizeram
com que as substâncias mais subtis que me envolviam se incendiassem e que algumas até explodissem, provocando esse clarão que viram.
As camadas que compõem a atmosfera do planeta Terra são:
Troposfera: A camada mais próxima da superfície terrestre, onde ocorrem os fenômenos meteoritológicos e a
temperatura diminui com a altitude.
Estratosfera: Acima da troposfera, contém a camada de ozônio e a temperatura aumenta com a altitude.
Mesosfera: A terceira camada, onde a temperatura diminui novamente com a altitude.
Termosfera: Nesta camada, a temperatura aumenta significativamente devido à radiação solar.
Exosfera: A camada mais externa, onde os gases se tornam raros e se fundem com o espaço exterior.
Essas camadas têm diferentes características e desempenham papéis essenciais na proteção e regulação do planeta!
– Nem sei como é que não choquei com nenhum dos inumeros satélites de telecomunicações, e outros, que circulam o vosso planeta. –
refere o meteorito.
– Como é que conseguiste atravessar a nossa atmosfera, a maioria dos meteoroides encendeia-se e
desagrega-se.
– pergunta o Pedro.
– Os meteoroides ao entrar na atmosfera, criam um rastro de luz denominado meteoro, também conhecido como estrela cadente. Quando um meteoroide não se destrói durante a queda e atinge a superfície da Terra, passa a chamar-se meteorito, que é o que me podem chamar, porque eu não tenho um nome como vocês. – explica o meteorito.
– Quando fui projetado do meu planeta era muito maior, vinha com várias substâncias e até com plantas e animais, mas muitos se soltaram quando atravessei a sua atmosfera e os outros não resistiram às condições adversas do espaço sideral e morreram. Restam apenas alguns fungos, vírus, bactérias e outros microrganismos, no meu interior, que conseguiram sobreviver às condições extremas por que passei. Eu sou composto principalmente por minerais e metais, por isso sou tão resistente. Compreendem? – pergunta o meteorito.
– Como é o teu planeta? – Perguntam simultanea e telepaticamente o Pedro e a Fifi.
– O meu planeta fica num sistema estelar de Alpha Centauri (também conhecida como
Rigil Kentaurus) que é o sistema estelar mais próximo do vosso Sistema Solar, situado a uma distância de aproximadamente
4,37 anos-luz do Sol (um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano terrestre,
equivalente a cerca de 9,46 trilhões de quilômetros, a velocidade da luz é 300 metros por segundo) (1,34 parsecs - unidade de
comprimento usada para medir as grandes distâncias de objetos astronômicos fora do Sistema Solar, aproximadamente igual a 3,26 anos-luz ou
206 000 unidades astronômicas "au", ou seja, 30,9 trilhões de quilômetros).
Ele consiste em 3 estrelas gravitacionalmente ligadas que orbitam em torno dum centro de massa comum:
1. Alpha Centauri A (α Cen A): Essa estrela tem 1,11 vezes a massa e 1,52 vezes a luminosidade do vosso Sol.
2. Alpha Centauri B (α Cen B): Menor e mais fria que α Cen A, esta estrela tem 0,94 vezes a massa solar e 0,50 vezes a luminosidade.
3. Proxima Centauri (α Cen C): Uma pequena anã vermelha.
Juntas, essas estrelas formam a 'estrela' mais brilhante da constelação de Centaurus e a terceira mais brilhante no céu noturno, superada
apenas por Sirius e Canopus.
Demorei cerca de 6 anos a aqui chegar, passei por aquilo que chamam “buracos de minhoca”, canais no movimento-espaço-tempo por onde a
energia circula a grande velocidade, por isso vim tão rápido. – esclarece telepaticamente o meteoro.
Eis aqui uma imagem do nosso sistema estelar, que vos estou a transmitir telepaticamente. – apresenta o meteorito.
– O meu planeta é relativamente semelhante ao vosso, também tem:
Um formato aproximadamente esférico, chamado de geoide, com ligeiro achatamento nos polos.
Litosfera: A camada sólida, composta por rochas e minerais, incluindo a crosta planetária.
Hidrosfera: A parte do planeta coberta por água, incluindo oceanos, rios, lagos e geleiras.
Atmosfera: A camada de gases que o envolve, com uma composição aldo diferente da vossa (Terra: nitrogênio - 78% e oxigênio
- 21%).
Biosfera: A região onde a vida existe, incluindo todos os seres vivos e seus habitats.
Mas tem 7 'luas'. – responde o meteorito.
– Aqui está uma vista dele, a partir da sua maior 'lua', que também tem alguma atmosfera e é povoada. Conseguem ver a imagem telepática que vos estou a enviar? – inquere o meteorito.
– Temos imensa tecnologia que nos permite criar cidades em 'luas' sem, ou com escassa, atmosfera. – Refere o meteorito.
– Olhem, em cima, uma cidade numa das 'luas' que não tem atmosfera respirável, e em baixo esta magnifica e enorme cidade no planeta! – diz o meteorito, cheio de orgulho.
– Daqui podemos ver 3 das nossas 'luas'. – aponta o meteorito.
– Dentro de uma nave hiperespacial. – informa o meteorito, armado em piloto.
– Um robô filmando uma das nossas cidades. – refere o meteorito.
– Temos várias cidades ecológicas, em que os 'humanos', os animais e as plantas, convivem em grande harmonia. – informa o meteorito, um pouco triste, por isso não estar a acontecer na Terra.
– Também temos florestas com exuberante vegetação e várias espécies de animais. – informa o meteorito.
– Os nossos jardins são grandes e bonitos. – acrescenta o meteorito.
– Nalgumas das 'luas', que têm fraca ou nenhuma atmosfera, temos grandes cúpulas com bastante variedade de plantas e animais, onde podemos passear e habitar. - informa o meteorito.
– Como são as pessoas no teu planeta? – pergunta o Pedro.
– No meu planeta existem 7 raças originais, cada uma com um tom de pele ligeiramente diferente. Mas, como é visitado por várias espécies
galáticas, ficando alguns dos seus elementos lá a viver, tem uma grande variedade de habitantes, alguns com aspeto algo 'exótico'.
Os habitantes originais do meu planeta são relativamente semelhantes aos vosso, mas são mais altos, esguios e com cabeça e olhos maiores. –
informa o meteorito.
– No nosso planeta vivem várias espécies humanoides em boa harmonia.
Trocamos conhecimentos, arte, ciência, medicina, tecnologia, máquinas, viaturas, alimentos e uma grande variedade de objetos.
Desde há muitos anos que vivemos em paz. – acrescenta o meteorito.
– Estas imagens que vos transmiti telepaticamente são anteriores à catástrofe, que ocorreu quando um grande asteroide chocou com o nosso planeta. – refere o meteorito.
– Os nossos cientistas e técnicos tentaram desviá-lo, enviando várias naves que dispararam 'feixes' sonoros de grande intencidade e muito baixa frequência, com o objetivo de empurrar o asteroide e alterar-lhe a trajetória, mas só conseguiram alterar um pouco a sua trajetória, porque o asteroide era muito grande, com uma elevada massa, devido à sua composição metálica e mineral, e vinha com enorme velocidade. O resultado foi ele dividir-se em 2 grandes pedaços, um maior que o outro e vários fragmentos, quase todos eles chocaram com o nosso planeta, causando uma enorme catrástrofe. – informa o meteorito.
– Fragmentos do asteroide destruiram cidades, florestas, lagos e seus habitantes. A população 'humana', animal e vegetal ficou bastante reduzida. – refere o meteorito.
– Além do impacto direto dos fragmentos do asteroide, as ondas de choque provocadas por esse embates, fizeram imensos estragos. – acrescenta o meteorito
– Neste momento muitas equipas diversificadas de cientistas, artistas, médicos, engenheiros, arquitetos, técnicos, operários, etc. estão
dedicadamente a reconstruir os ecosistemas, as povoações, a agricultura, as fábricas, e tudo o mais que ficou danificado.
A ajuda de vários povos galáticos tem sido preciosa. – informa o meteorito.
– Os logoi (plural de logos), que são os ‘dirigentes’ dos planetas, das estrelas e das galáxias, estão a ter imenso trabalho a reorganizar a vida no nosso planeta. Estão também, com a ajuda de outras hierarquias celestes, a adaptar os arquétipos à nova situação planetária. Os arquétipos contêm a programação para o desenvolvimento dos seres de todas as espécies existentes neste universo, incluindo o código genético, contido no ADN (ácido desoxirribonucleico). – transmite o meteorito.
– Seres imensos envolveram o nosso planeta numa malha energética, para lhe dar maior coesão. – refere o meteorito.
– Como é que sabes o que se está a passar no teu planeta? – pergunta o Pedro.
– Sim, como é que sabes? – pergunta também, telepaticamente, a Fifi.
– A comunicação telepática consegue efetuar-se a grandes distâncias, e eu continuo ligado ao grupo a que pertenço, por isso tenho acesso a muitas informações. – esclarece o meteorito.
– Como é que eu e a Fifi estamos agora a conseguir comunicar telepaticamente tão bem, dantes não conseguíamos? – pergunta telepaticamente o Pedro.
– Como o nosso planeta é mais evoluído, todos os seres que nele vivem também são mais desenvolvidos. Eu estou quase
constantemente a emitir radiações benignas, resultantes das minhas características, e isso influencia todos
os seres que estão dentro do âmbito da minha manifestação, principalmente os que estão mais próximos, não apenas fisicamente, mas
principalmente emocional, mental e intuitivamente. As moléculas e átomos de todos os seres do nosso planeta são também bastante evoluídos,
são mais ‘elásticos’, vibram com mais intensidade e amplitude e emitem radiação suáve e benigna, por isso conseguem comunicar melhor e em
maior harmonia.
Vocês já eram relativamente mais evoluídos que a maioria dos elementos das vossas espécies, por isso recebem facilmente as minhas
influências. Provavelmente, foi por isso que foram atraídos para aqui. – responde o meteorito.
– Ah! Obrigado – agradecem o Pedro e a Fifi, simultaneamente, como se fossem um só, certamente ligados à mente comum planetária.
– Eh pá! O Sol já se pôs. A mãe já deve estar preocupada, e amanhã temos que nos levantar cedo. – exclama o Pedro, em voz alta, pois já se tinha apercebido que tanto o meteorito como a gata também assim o entendiam, a telepatia devia estar a funcionar na mesma.
– Mas deixa-me fazer-te mais uma pergunta: Vais continuar aqui, não vais? – pergunta o Pedro.
– Claro que sim, apezar das minhas capacidades telepáticas e dos meus conhecimentos, não me consigo mover, sou um meteorito! Compreendem? – exclama o meteorito.
– Sim! Miau! - respondem simultaneamente o Pedro e a Fifi, e afastam-se a correr, pois já estão atrasados.
Por isso não veem o que acontece a seguir: o meteorito começa a transformar-se, múltiplos e belos cristais coloridos e translúcidos surgem na sua superfície.
Achas que o Pedro, a Fifi vão continuar a conversar com o meteorito?
Eu acho que sim, pois o Pedro e a Fifi são muito curiosos.
Queres perguntar alguma coisa, ao meteorito, ao Pedro, à Fifi, ou a mim?
Queres enviar algum comentário ou sugestão?
Se queres, envia um e-mail para
Eu sei que eles vão continuar a conversar e entram numa grande aventura, porque a viagem do Viajante das Estrelas é quase infinita.
Queres acompanhá-los nessa nova aventura?
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